Resumo
A abertura à influência francesa em Portugal, assinalada desde a segunda década de Setecentos assumiu, a partir de então, um intenso diálogo no reinado de D. João V, estendendo-se este crescente gosto cosmopolita que a Casa Real detinha pela arte da prata parisiense também à nobreza. Esta tendência manteve-se na segunda metade do século XVIII na cidade de Lisboa, favorecida em grande medida pela ruptura propiciada pelo cataclisma de 1755, resultando numa nova vivência sociológica inspirada nos parâmetros da cultura francesa.
Na segunda metade da centúria, o fluxo de emigração tornava-se evidente e, vivia em Lisboa um número considerável de súbditos franceses, pertencentes às mais diversas profissões, como criados, cabeleireiros, relojoeiros, alfaiates e tecelões e ainda livreiros, gravadores, militares, mercadores, joalheiros e, ourives da prata. Neste domínio, destaque para a figura do prateiro Alberto Luís Bion, ourives de nacionalidade francesa, cuja aprendizagem nesse país certamente permite justificar determinadas características patentes em algumas das peças que terá executado em Lisboa.
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